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Brasil

PF indicia Bruno Henrique, do Flamengo, e outros nove por suposta manipulação em jogo

Atleta teria forçado uma falta em jogo contra o Santos, no Brasileirão de 2023, para levar cartão e validar aposta de parentes.


Foto: Flashscore
Atleta teria forçado uma falta em jogo contra o Santos, no Brasileirão de 2023, para levar cartão e validar aposta de parentes. STJD arquivou em 2024 investigação sobre o mesmo caso. Polícia Federal indicia o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, por forçar um cartão para beneficiar apostadores

A Polícia Federal indiciou o jogador de futebol Bruno Henrique, do Flamengo, e outros nove suspeitos de envolvimento em um esquema para manipular apostas esportivas.

Segundo as investigações, o atleta forçou uma falta para cartão em um jogo contra o Santos, válido pelo Brasileirão de 2023, para supostamente favorecer parentes no mercado de apostas. O rubro-negro acabou expulso no fim da partida.

Em novembro de 2024, a PF cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça do Distrito Federal, nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Vespasiano (MG), Lagoa Santa (MG) e Ribeirão das Neves (MG). Também são alvos o irmão de Bruno Henrique, a cunhada e 2 amigos.

Na época das buscas, Bruno Henrique preferiu não comentar o caso. O Flamengo disse em nota que confiava no jogador.

Bruno Henrique é alvo de investigação sobre manipulação de jogos

STJD arquivou investigação

Em paralelo à investigação da Polícia Federal, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) também investigou a conduta de Bruno Henrique. O caso foi arquivado em setembro de 2024.

O relatório do STJD é baseado em três pontos principais: 'Lance normal', 'lucro ínfimo' e 'prática corriqueira'.

No entendimento do tribunal, a jogada que provocou o cartão amarelo para o jogador "foi um lance comum" e poderia ser "interpretado como lance normal, sem falta".

Além disso, o procurador destacou que chamaria atenção a frieza do jogador para aguardar os acréscimos do segundo tempo do jogo para tomar o cartão.

Na visão do procurador, "o lucro das apostas seria ínfimo". O RJ2 teve acesso ao relatório do STJD sobre o caso. No documento, os valores mais significativos das apostas suspeitas variaram entre R$ 1,5 mil e R$ 3,05 mil, com um lucro máximo de R$ 6,1 mil.

Veja quanto foi apostado nos cartões:

R$ 3,05 mil para ganhar R$ 9,150 mil (lucro de R$ 6,1 mil)

R$ 2,3 mil para ganhar R$ 7 mil (lucro de R$ 4,7 mil)

R$ 1,5 mil para ganhar R$ 4,55 mil (lucro de R$ 3,05 mil)

Em seu último argumento a favor do arquivamento, o procurador do STJD considerou que a prática de "forçar" cartões é corriqueira no Campeonato Brasileiro.

O argumento leva em consideração que o jogo seguinte ao cartão, ou seja, o jogo que Bruno ficou suspenso, foi contra o Fortaleza. Em seguida, o Flamengo entrou em campo contra o Palmeiras, um rival direto pela disputa do Campeonato Brasileiro naquele ano. Nesse jogo, o jogador investigado já estava livre para atuar, após cumprir a suspensão automática.

A defesa do atleta também utilizou esse mesmo argumento para negar qualquer manipulação envolvendo o jogador.

Os advogados de Bruno Henrique justificaram o grande volume de apostas no cartão amarelo afirmando ser comum jogadores que estejam "pendurados" - ou seja, com o número limite de cartões - cometerem faltas de propósito para cumprirem suspensão em jogos menos importantes.

A defesa do atacante disse que a informação de que ele estava "pendurado" era de conhecimento público. E que é natural imaginar um aumento significativo do volume de apostas feitas nesse sentido.

O STJD ainda pode reabrir o caso se a Polícia Federal e o Ministério Público Federal provarem o envolvimento do jogador em alguma irregularidade.

O que diz o Flamengo

Veja a nota divulgada pelo Flamengo em novembro de 2024, quando Bruno Henrique e parentes foram alvo de buscas:

O Clube de Regatas do Flamengo tomou conhecimento, nesta data, da existência de uma investigação, ainda em curso, versando sobre eventual prática de manipulação de resultados e apostas esportivas.

O Clube ainda não teve acesso aos autos do inquérito, uma vez que o caso corre em segredo de justiça, mas é importante registrar que, ao mesmo tempo em que apoiará as autoridades, dará total suporte ao atleta Bruno Henrique, que desfruta da nossa confiança e, como qualquer pessoa, goza de presunção de inocência.

O Flamengo esclarece, por fim, que houve uma investigação no âmbito desportivo, perante o STJD, a qual já foi arquivada, mas não tem como afirmar que se trata do mesmo caso e aguardará o desenrolar da investigação.

O atleta segue exercendo suas atividades profissionais normalmente. Treina e viaja com a delegação nesta terça-feira, para Belo Horizonte.

G1

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