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Efeito do 'tarifaço': ações asiáticas despencam após Wall Street colapsar

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Futuro dos EUA também mostra fraqueza. O resultado vem após o colapso em Wall Steet na última sexta (4), causado pela reação da China as tarifas impostas por Donald Trump. Investidores chineses monitoram preços das ações em uma corretora em Pequim

Mark Schiefelbein/AP

As ações asiáticas despencaram na abertura do mercado desta segunda-feira (7), no horário local - noite do domingo (6) em Brasília. O resultado vem após o colapso em Wall Steet na última sexta (4), causado pela reação chinesa ao do tarifaço imposto por Donald Trump.

O índice CSI300 (.CSI300), que reúne as principais ações de grandes empresas da China, caiu mais de 5%, com vendas em praticamente todos os setores. O yuan chinês (CNY=CFXS) recuou para seu menor nível desde janeiro, enquanto os títulos públicos se valorizaram fortemente.

O índice Nikkei 225 de Tóquio perdeu quase 8% logo após a abertura do mercado. Uma hora depois, caía 7,1%, a 31.375,71 pontos.

O Hang Seng de Hong Kong (.HSI) caiu mais de 10% nas negociações da manhã — se esse nível for mantido, será a maior queda diária do índice desde a crise financeira global de 2008.

As ações do setor bancário também desabaram, com os papéis listados em Hong Kong do HSBC (0005.HK) e do Standard Chartered (2888.HK) recuando 15%.

O Kospi da Coreia do Sul perdeu 5,5%, indo para 2.328,52, enquanto o S&P/ASX 200 da Austrália despencou 6,3%, a 7.184,70 pontos.

O mercado futuro dos Estado unidos também sinalizou fraqueza. O futuro do S&P 500 caiu 4,2%, enquanto o do Dow Jones Industrial Average perdeu 3,5%. O Nasdaq caiu 5,3%.

Os preços do petróleo também afundaram: o petróleo bruto de referência dos EUA caiu 4%, ou US$ 2,50, para US$ 59,49 por barril. O Brent, referência internacional, cedeu US$ 2,25, ficando em US$ 63,33 o barril.

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Movimento nas moedas

O dólar americano caiu para 145,98 ienes japoneses, ante 146,94. A moeda japonesa é frequentemente vista como um porto seguro em tempos de turbulência.

O euro subiu para US$ 1,0967, ante US$ 1,0962.

Crise em Wall Street

Na sexta-feira (4), a pior crise de Wall Street desde a Covid entrou em uma nova fase. O S&P 500 despencou 6%, o Dow caiu 5,5% e o Nasdaq recuou 5,8%.

Em Wall Street, ações de empresas com forte presença na China registraram algumas das maiores quedas.

A DuPont caiu 12,7% depois que a China anunciou uma investigação antitruste contra a subsidiária DuPont China Group. É uma das várias medidas mirando empresas americanas em retaliação às tarifas dos EUA.

A GE Healthcare, que obteve 12% de sua receita no ano passado na região da China, caiu 16%.=

No mercado de títulos, os rendimentos dos Treasuries caíram, mas reduziram as perdas após as declarações cautelosas de Powell sobre a inflação. O rendimento do título do Tesouro de 10 anos caiu para 4,01%, ante 4,06% na tarde de quinta-feira e cerca de 4,80% no início do ano. Chegou a cair abaixo de 3,90% pela manhã.

As perdas vieram após a China reagir ao grande aumento de tarifas de Trump anunciado na semana anterior, elevando as apostas em uma guerra comercial que pode terminar em uma recessão global. Nem mesmo um relatório melhor do que o esperado sobre o mercado de trabalho dos EUA, normalmente o destaque econômico do mês, conseguiu frear a queda.

Até agora, houve poucos ou nenhum vencedor nos mercados financeiros com a guerra comercial. As ações de 486 das 500 empresas do S&P 500 caíram na sexta-feira. O S&P 500 está 17,4% abaixo do recorde registrado em fevereiro.

A resposta da China às tarifas dos EUA causou uma aceleração imediata das perdas nos mercados ao redor do mundo. O Ministério do Comércio de Pequim anunciou que responderia às tarifas de 34% impostas pelos EUA sobre importações da China com sua própria tarifa de 34% sobre todos os produtos dos EUA a partir de 10 de abril, entre outras medidas.

Trump não está incomodado

Trump parecia despreocupado. De Mar-a-Lago, seu clube particular na Flórida, ele foi ao seu campo de golfe a poucos quilômetros de distância após escrever nas redes sociais: "Esse é um ótimo momento para ficar rico".

Mais cedo neste domingo (6), o presidente dos EUA postou na sua rede social Truth Social que as tarifas 'já estão trazendo dezenas de bilhões de dólares' para o país e que 'são uma coisa linda de se ver'. Segundo ele, as tarifas seriam a única maneira de curar os déficits financeiros com a China, a União Europeia e outros países.

"Temos enormes déficits financeiros com a China, a União Europeia e muitos outros. A única maneira de curar esse problema é com TARIFAS, que agora estão trazendo dezenas de bilhões de dólares para os EUA. Elas já estão em vigor e são uma coisa linda de se ver. O superávit com esses países cresceu durante a "presidência" do sonolento Joe Biden. Vamos reverter isso, e reverter RAPIDAMENTE. Algum dia as pessoas perceberão que as tarifas, para os Estados Unidos da América, são uma coisa muito linda!'", escreveu o, presidente.

G1

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