G1
Crianças morreram em menos de 48 horas após comerem um morcego. Após o caso, outras dezenas de mortes foram confirmadas. Desde o início do ano, a província de Equateur tem registrado um aumento de casos e mortes inexplicadas.OMSA Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta quinta-feira (27) que as autoridades da República Democrática do Congo, junto com seus agentes, estão intensificando a investigação sobre o novo surto de doenças e mortes na província de Equateur, no norte do país.Nos últimos meses, segundo a organização, foram detectados três aumentos significativos no número de casos e óbitos em diferentes regiões do país.Desde o início do ano, Equateur tem registrado um aumento de casos e mortes inexplicadas. O mais recente ocorreu na zona de saúde de Basankusu, onde, na última semana, 141 pessoas adoeceram, embora não tenham sido registradas mortes. Já em fevereiro, a mesma região contabilizou 158 casos e 58 óbitos. Em janeiro, na zona de saúde de Bolomba, 12 pessoas também adoeceram, sendo que 8 delas morreram.Para conter o avanço da doença até então desconhecida, a OMS e as autoridades locais estão reforçando a detecção e o monitoramento de novos casos, com a mobilização de mais de 80 agentes comunitários de saúde.Ao todo, foram identificados 1.096 casos e 60 mortes nas regiões de Basankusu e Bolomba. Os sintomas relatados incluem:febre, dor de cabeça, calafrios, suor excessivo, rigidez no pescoço, dores musculares e articulares, sangramento nasal, tosse, vômito e diarreia.Infraestrutura limitada prejudica respostaA crise ocorre em um momento delicado para o país, que enfrenta múltiplas emergências sanitárias e humanitárias, sobrecarregando ainda mais o sistema de saúde. Para investigar o surto, uma equipe de resposta rápida composta por especialistas da OMS e do governo congolês foi enviada às áreas afetadas. O grupo está intensificando a vigilância epidemiológica, entrevistando moradores para entender o contexto da doença e fornecendo tratamento para enfermidades comuns na região, como malária, febre tifoide e meningite.A OMS também enviou suprimentos médicos emergenciais, incluindo kits de testagem, e elaborou protocolos detalhados para aprimorar a investigação. Testes laboratoriais iniciais descartaram infecções por Ebola e Marburg, mas aproximadamente metade das amostras analisadas testou positivo para malária. Novos exames serão realizados para identificar outras possíveis causas, incluindo meningite e possíveis contaminações em alimentos, água e no ambiente. Amostras foram enviadas para um laboratório de referência na capital, Kinshasa.Ainda segundo a OMS, a localização remota das áreas afetadas representa um desafio adicional. Basankusu e Bolomba ficam a mais de 300 quilômetros da capital provincial, Mbandaka, e o acesso se dá por estradas precárias ou pelo rio Congo, dificultando a chegada de assistência médica e logística. Fora isso, a infraestrutura limitada de transporte e comunicação na região também prejudica a resposta à crise.Estudo mostra como o morcego-vampiro transforma sangue em energia