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Guerra de tarifas: China diz que 'jamais' se curvará à pressão dos EUA e que governo americano deve parar com atitudes 'destrutivas'

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Nesta sexta-feira (11), a China aumentou suas tarifas sobre as importações dos EUA para 125%, em resposta à decisão do presidente americano, Donald Trump, de aumentar os impostos sobre produtos chineses para 145%. Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China

Reuters

Em meio à guerra de tarifas, o Ministério das Relações Exteriores da China informou nesta sexta-feira que os Estados Unidos devem parar de ser "imprevisíveis" e "destrutivos" e que "jamais" se curvará à pressão feita pelo governo americano.

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"Se os Estados Unidos realmente querem diálogo, devem parar com suas atitudes imprevisíveis e destrutivas", informou o ministério na rede social X.

"Pelo bem do povo chinês e dos povos do mundo, e em nome da justiça e da equidade na ordem global, a China jamais se curvará à pressão dos Estados Unidos", disse o ministério.

Nesta sexta, o governo chinês aumentou suas tarifas sobre as importações dos EUA para 125%, em resposta à decisão do presidente americano, Donald Trump, de aumentar os impostos sobre produtos chineses para 145%.

Em reunião em Pequim, o Ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, falou sobre a decisão tomada e afirmou:

"Os EUA não podem agir de forma imprudente, e a roda da história não pode voltar atrás".

Já o primeiro-ministro Li Qiang, que está na Espanha acompanhando o presidente Xi Jinping, ressaltou:

"A imposição das chamadas tarifas recíprocas pelos EUA prejudicou seriamente a ordem econômica e comercial internacional, e causou grandes impactos negativos".

Em um comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças, a Comissão Tarifária do governo chinês afirmou, também nesta sexta, que "vai ignorar" a partir de agora qualquer nova alta de tarifas imposto pelos Estados Unidos:

"Levando em consideração que neste nível de tarifas os produtos americanos exportados para a China já não têm mais nenhuma chance de serem aceitos no mercado, se Washington continuar aumentando suas tarifas, a China vai ignorar".

Xi Jinping pede união contra guerra comercial dos EUA

Presidente da China e primeiro-ministro espanhol

Reuters

Mais cedo, o presidente da China, Xi Jinping, também comentou sobre tarifaço de Donald Trump, em encontro com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez.

Xi intimou o país e a União Europeia a "cumprir suas responsabilidades internacionais".

"[Os países] devem manter a tendência de globalização econômica e o ambiente do comércio internacional, e resistir conjuntamente ao unilateralismo e à intimidação. China e União Europeia devem não apenas resguardar seus próprios direitos e interesses legítimos, mas também a justiça e a equidade internacionais, bem como as regras e a ordem internacionais", disse.

O encontro dos dois líderes serviu para estreitar laços comerciais entre a Espanha e a China. Segundo o primeiro-ministro espanhol, os países assinaram acordos de cooperação nas áreas de ciência, tecnologia, educação e cinema.

Entenda a guerra tarifária entre China e EUA

A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump.

Na quarta-feira passada (2), Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas, a partir desta quarta, sobre mais de 180 países.

A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.

Como resposta ao "tarifaço", o governo chinês impôs, na sexta passada (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas.

Os EUA decidiram retaliar a retaliação e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) desta terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.

A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".

Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses na tarde de terça. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas.

Trump eleva para 125% tarifas contra China

A resposta chinesa veio na manha de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.

No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo.

A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou, também, que elevaria mais uma vez as tarifas recíprocas sobre os produtos chines, que passou para 125%. Nesta quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% que já era aplicada sobre a China antes, resultando numa tarifa total de 145%.

Como resposta, nesta sexta os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%.

Também nesta sexta, a missão da China junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) informou que apresentou uma queixa adicional ao órgão contra as tarifas impostas pelos EUA.

"Em 10 de abril, os EUA emitiram uma ordem executiva anunciando um novo aumento das chamadas 'tarifas recíprocas' sobre produtos chineses. A China apresentou uma queixa à OMC contra as mais recentes medidas tarifárias dos EUA," disse o comunicado da missão chinesa, citando um porta-voz do Ministério do Comércio.

G1

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