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Oposição protocola urgência para PL da anistia com apoio da maior parte de bancadas da base do governo Lula

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Por Grande Mídia 14/04/2025 às 15:51:09
O partido reuniu 264 assinaturas a favor de levar o tema para o plenário. Eram necessárias 257. Imagens dos ataques golpistas de 8 de janeiro divulgadas pelo STF

JN

O líder do Partido Liberal na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, protocolou nesta segunda-feira (14) o requerimento de urgência para levar ao plenário o projeto da anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

O partido reuniu 264 assinaturas a favor de levar o tema para o plenário. Eram necessárias 257.

"Devido às notícias recebidas que o governo está pressionando os deputados a retirar assinaturas, mudei a estratégia e agora está protocolado o documento e público todos que assinaram. O governo não vai nos pegar de surpresa mais", disse ao blog.

Sóstenes se refere à articulação do governo contra o PL da Anistia. O Planalto vinha, desde a semana passada, articulando-se para convencer parlamentares a retiraram suas assinaturas do requerimento. De acordo com o líder do PL na Câmara, o governo Lula conseguiu retirar uma das assinaturas.

Mais da metade de bancadas da base do governo Lula assinaram

O requerimento de urgência do PL da Anistia foi apoiado por mais da metade de algumas das bancadas que apoiam o governo de Lula.

União, PP e PSD, siglas que tem ministérios na Esplanada, tiveram pelo menos 50% de seus deputados assinando o pedido para agilizar a tramitação do projeto que pretende isentar o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu aliados e os presos de 8 de janeiro de responsabilidades pelos seus atos.

União: assinaram 40 de 59 deputados (67,7% da bancada)

PP: assinaram 35 de 48 deputados (75% da bancada)

PSD: assinaram 23 de 44 deputados (52,2% da bancada)

O governo Lula vive uma divisão nos partidos da sua base aliada que, embora tenham indicado cargos, não garantem votos e não antecipam se apoiarão a reeleição de Lula. Diante desse cenário, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ameaçou demitir os indicados dos parlamentares que apoiaram a proposta.

Como reação, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, decidiu protocolar o requerimento com as 264 assinaturas que ele já havia obtido. Ao protocolar, Sóstenes criou um empecilho a mais para a retirada de assinatura, uma vez que seria necessário solicitar à Mesa Diretora da Câmara. Além disso, expõe os deputados que recuarem do apoio.

O União tem hoje três ministérios no governo. Mesmo depois de ter um dos seus indicados denunciados, o ex-ministro Juscelino Filho, o partido manteve a prerrogativa de indicar seu substituto. Numa conversa que ministra Gleisi Hoffmann teve na semana passada com caciques do partido, como o presidente Antônio Rueda e o presidente do Senador, Davi Alcolumbre, ela reforçou os argumentos contrários à aprovação da proposta, inclusive, de que o texto, como está, deixa brechas amplas demais.

Já o PP, embora tenha indicado André Fufuca para o Ministério do Esporte, tem uma bancada mais alinhada à direita. Seu presidente, o senador Ciro Nogueira, chegou a defender o desembarque da gestão petista.

Chama atenção também o MDB, que embora não tenha dado a maior parte dos seus votos, garantiu o apoio de 20 dos 44 dos seus parlamentares na Câmara.

Discussão da anistia na Câmara

Na quinta-feira (10), o PL já dizia ter os 257 votos necessários para dar início à tramitação do pedido de urgência para que o projeto fosse votado direto no Plenário, sem precisar passar por comissões.

Em 2024, o texto chegou a quase ser votado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, mas o então presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), devolveu a proposta à estaca zero.

Temendo repercussão negativa e tentando afastar problemas para a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB), seu substituto no comando da Casa, Lira definiu que o projeto deveria sair da CCJ e passar, em vez disso, por uma comissão especial.

O colegiado especial substituiria uma série de outras comissões, mas, apesar de previsto, nunca foi instalado de fato.

Motta buscava, nesse meio tempo, uma "solução" em conversas com o Executivo e o Judiciário.

Esta reportagem está em atualização.

Fonte: G1

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