G1
O principal nome do Partido Democrata é Lee Jae-myung. O ex-presidente, Yoon Suk Yeol, agora vai enfrentar um julgamento criminal. Bandeira da Coreia do SulAP Photo/Lee Jin-manA Coreia do Sul anunciou nova eleição presidencial para 3 de junho, após impeachment do presidente Yoon Suk Yeol. O comunicado foi feito pelo líder interino do país, Han Duck-soo, nesta terça-feira (7).? Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsAppO anúncio foi feito poucos dias após a Corte Constitucional remover Yoon do cargo devido à sua imposição da lei marcial em dezembro. De acordo com a lei sul-coreana, o país deve eleger um novo presidente dentro de 60 dias após a destituição.A profunda polarização política provavelmente transformará a eleição em um embate direto entre os dois principais partidos políticos: o conservador Partido do Poder do Povo (People Power Party), de Yoon, e seu principal rival liberal, o Partido Democrata.Segundo a Associated Press, será uma batalha difícil para o Partido do Poder do Povo manter o poder, enquanto tenta recuperar a confiança pública e superar divisões internas graves deixadas pela decisão de Yoon de decretar a lei marcial.As atenções se voltam agora para saber se os conservadores conseguirão se reorganizar e apresentar um candidato forte o suficiente para competir com o provável nome do Partido Democrata, Lee Jae-myung, que, segundo analistas, é o claro favorito.A candidatura de LeeO candidato do Partido Democrata deverá ser Lee Jae-myung , um poderoso líder da legenda que não enfrenta concorrência significativa interna. Lee, que perdeu por pouco a eleição de 2022 para Yoon, liderou o partido durante uma crise na qual muitos de seus membros enfrentaram tropas enviadas por Yoon para cercar a Assembleia Nacional durante a votação que derrubou a lei marcial e, depois, para o impeachment do presidente.Líder da oposição, Lee já atuou como governador provincial e prefeito. Seus apoiadores o veem como um reformista populista. Seus críticos, no entanto, o consideram um demagogo que aposta na divisão e na demonização dos adversários.Ele responde a cinco processos por corrupção e outras acusações. Se eleito, esses julgamentos provavelmente serão suspensos, devido à imunidade presidencial.Yoon acusou repetidamente o Partido Democrata de abusar de sua maioria parlamentar para obstruir sua agenda, destituir autoridades e cortar o orçamento do governo. Segundo ele, o decreto de lei marcial foi uma tentativa desesperada de mobilizar apoio popular contra a "maldade" do partido de Lee."Muitos sul-coreanos acreditam que Lee quase destruiu o governo para benefício próprio, usando a legislatura como arma para pressionar Yoon e retratar seus processos como perseguição política", disse Easley."A manobra bem-sucedida de Lee, incluindo a exclusão de políticos progressistas que lhe eram desleais, fez com que ele dominasse o Partido Democrata e tivesse o caminho mais claro para a presidência", completou.LEIA TAMBÉMQuem é Yoon Suk Yeol, presidente que teve impeachment declarado na Coreia do SulO que acontece após impeachment de presidente da Coreia do SulPor que Coreia do Sul decretou impeachment de presidenteConservadores sem candidatoEspera-se que os partidos políticos iniciem suas primárias nas próximas semanas para selecionar seus candidatos à presidência.Cerca de 10 políticos do Partido do Poder do Povo devem disputar a indicação.A decisão de Yoon de impor a lei marcial — que levou tropas armadas às ruas de Seul e evocou memórias traumáticas do período de governo militar no país — foi um golpe à reputação do partido, embora o partido em si não estivesse diretamente envolvido.Alguns membros reformistas do partido criticaram publicamente a ação de Yoon e votaram a favor do impeachment, provocando um confronto com a ala tradicionalista que apoiava o presidente.Yoon ainda conta com apoiadores fervorosos que realizaram manifestações em Seul e outras cidades. Muitos compartilham uma percepção infundada de que Yoon é vítima de uma oposição esquerdista simpatizante da Coreia do Norte, que teria manipulado eleições para obter maioria no Legislativo e tramado a remoção de um líder patriota."Os conservadores da Coreia do Sul enfrentam desvantagens significativas na eleição que se aproxima. Dois meses é pouco tempo para unificar a base, os moderados e uma ala conspiracionista em torno de um único candidato", disse Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha, em Seul.A atual liderança do partido é composta por aliados de Yoon, e isso provavelmente continuará alimentando divisões internas e prejudicando as chances eleitorais, segundo Choi Jin, diretor do Instituto de Liderança Presidencial em Seul.Entre os candidatos do Partido do Poder do Povo, o ministro do Trabalho Kim Moon Soo é considerado o mais alinhado a Yoon. Ele e o prefeito de Daegu, Hong Joon-pyo, se opuseram ao impeachment. Já o ex-líder do partido Han Dong-hoon e o deputado veterano Ahn Cheol-soo apoiaram a destituição. Outro nome de peso é o prefeito de Seul, Oh Se-hoon, que mantém uma posição ambígua.Choi acredita que Yoon tentará influenciar o processo para favorecer aliados na disputa pela candidatura presidencial e pelos cargos de liderança do partido, buscando garantir proteção à medida que enfrenta um julgamento criminal. Yoon foi acusado de rebelião em janeiro e pode enfrentar outras acusações, como abuso de poder, agora que perdeu a imunidade presidencial."O partido precisará indicar alguém capaz de conquistar o público, especialmente os moderados, em vez de apenas vencer as primárias", disse Duyeon Kim, analista do Center for a New American Security, em Washington. "Moderados e jovens de 20 e 30 anos provavelmente serão os eleitores decisivos."ImpeachmentCorte da Coreia do Sul ratifica impeachment de presidente que tentou dar impeachmentA mais alta Corte da Coreia do Sul confirmou o impeachment do presidente que tentou dar um golpe de Estado.O juiz encarregado da leitura da decisão disse que Yoon Suk Yeol mobilizou militares e a polícia para enfraquecer as instituições e violar direitos básicos.Yoon não estava no tribunal. No dia 3 de dezembro de 2024, o então presidente decretou lei marcial. O que permitia ao governo prender cidadãos sem mandado e restringia as liberdades de circulação e de imprensa. Ele alegou que estava combatendo forças comunistas norte-coreanas infiltradas no país, mas não trouxe provas. No mesmo dia, militares invadiram o prédio do Congresso para tentar retirar à força manifestantes.Depois, Yoon chegou a suspender a lei marcial, mas isso não impediu que o Parlamento aprovasse o impeachment. O que faltava era a Suprema Corte dar a decisão final, que foi tomada nesta sexta-feira (4).Suprema Corte da Coreia do Sul confirma impeachment de presidente golpistaJornal Nacional/ ReproduçãoA Coreia do Sul é uma democracia e uma grande aliada dos americanos na Ásia. Ao lado do Japão, atua como contrapeso para os regimes da China e da Coreia do Norte. As novas eleições presidenciais devem ocorrer dentro de 60 dias. Yoon Suk Yeol vai enfrentar agora um julgamento criminal. A Coreia do Sul enfrentou regimes autoritários desde 1948 e só conseguiu estabelecer a democracia 40 anos depois.O professor de direito constitucional da Universidade de Sogang Lim Ji-Bong afirma que "a decisão passa a mensagem de que qualquer presidente que abusar do poder vai ser removido".